Junta de Freguesia de Balasar Junta de Freguesia de Balasar

História

Os primeiros registos associados à freguesia de Balasar datam do ano 1090, mencionados pelo Censual do Bispo Dom Pedro.

Na altura, na área da atual freguesia existiam duas paróquias, Santa Eulália de Lousadelo e São Salvador de Gresufes e, como os nomes indicam, as igrejas paroquiais situavam-se nos atuais lugares de Lousadelo e Gresufes, respetivamente. Em 1215 a sede da paróquia de Santa Eulália deixou de ser em Lousadelo e passou a ser no Casal, lugar de maior população, onde se situava a fonte de São Pedro, uma fonte “milagrosa” alvo de muitas romarias e onde existia um caminho que atravessava o rio através da ponte, atualmente denominada por ponte da Traquinada, que depois seguia para o Telo e Gestrins.

Por altura do ano de 1220, mudou-se o nome da paróquia de Lousadelo para “Belsar”. Talvez de forma a acabar com polémicas relativas ao nome a dar à nova paróquia, decidiu-se não incluir o nome de nenhum dos lugares e atribuir um novo nome. Nas Inquirições Gerais de Afonso II surge já referenciada como Sancta Eolália de Belsar.

O topónimo «Balasar» é uma corruptela de «Belisári», forma com origem em «Belsar».

Em 1422, Dom Fernando Guerra decidiu anexar a paróquia de Gresufes à de Balasar devido a dificuldades económicas, pois devido à baixa demografia, o dinheiro que a população pagava não chegava para as despesas das duas paróquias. Esta baixa demografia foi originada, entre outros fatores, pela peste negra, que no século XIV dizimou grande parte da população da Europa.

Os gresufenses não devem ter aceitado pacificamente esta anexação e essa pode ter sido a razão para se ter construído a Igreja no lugar do Matinho (no atual cemitério), que ficava a meio caminho para os habitantes do Casal e de Gresufes. Para os habitantes a norte do rio teve-se que construir uma ponte nova no lugar da atual ponte de Dona Benta, pois até então a travessia do rio fazia-se apenas pela pequena ponte do Curucânio, (ponte da Traquinada) entre os lugares do Telo e Casal.

Com o passar dos anos, a igreja de Matinho foi sofrendo várias remodelações e no início do século XX, altura em que já se encontrava bastante degradada, decidiu-se demoli-la e reconstruí-la desta vez no lugar da Cruz, em 1907, devido à proximidade com a “Santa Cruz” ali aparecida em 1832, tendo a sua construção sido concluída no ano de 1910. Esta também tem vindo a ser sujeita a várias intervenções e aumentos e aí permanece até à atualidade.


(Capela de Santa Cruz)


(Igreja no Lugar da Cruz)


A norte da Igreja, além do rio Este, encontra-se a única casa brasonada do concelho, outrora residência da família Carneiro da Grã, com capela dedicada a Nossa Senhora da Lapa, construída em 1758 por Manuel Gomes Rodrigues do Louro Nobre, marido de D. Benta Carneiro de Grã, para nela serem sepultados. A Dona Benta, benemérita senhora, deve-se a construção da primeira ponte sobre o rio Este em Balasar.

Balasar, até 1836, era uma paróquia dependente de Barcelos, ano em que foi elevada a paróquia civil (freguesia) e transitou para o concelho de Póvoa de Varzim.

Em 1853 foi transferida para Vila Nova de Famalicão mas em 1855 regressou ao concelho da Póvoa de Varzim, após protestos da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim.

Em 7 de Agosto de 1878 abriu o troço ferroviário entre a Póvoa de Varzim e Fontaínhas. O lanço seguinte da linha, até Famalicão, entrou ao serviço em 12 de Junho de 1881, do qual fazia também parte o apeadeiro de Balasar, situado entre os lugares de Gestrins e Telo.


(Chefe da Estação das Fontaínhas acompanhado por alguns notáveis da freguesia)


O Cruzeiro da freguesia, no lugar da Quinta, foi construído em 1955.



(Inauguração do Cruzeiro de Balasar)


CRONOLOGIA

1090 – O Censual do Bispo D. Pedro menciona pela primeira vez S. Eulália de Lousadelo e Gresufes;

1215 – Belsar conclui a construção da Igreja do Casal;

1220 – As Inquirições de D. Afonso II fazem menção de S. Eulália de Belsar;

1343 – As inquirições deste ano mencionam em Balasar a Ponte de Guardes e da Curucânio;

1422 – D. Fernando Guerra anexa Gresufes a Balasar;

1542 – Tombo de Balasar e Gresufes, sua anexa;

1608 – A Comenda de Balasar redige o seu tombo;

1727 – Nasce D. Benta;

1740 – São reconstruídas a Igreja Paroquial e a residência;

1741 – Casamento de D. Benta com Manuel Nunes Rodrigues;

1765 – É reconstruída a casa da Quinta de Balasar para o edifício actual;

1770 – D. Benta manda reconstruir a ponte sobre o rio Este;

1774 – Falece a mãe de D. Benta, a 8 de Março e falece D. Benta, em 14 de Abril na Póvoa de Varzim e é sepultada na matriz local;

1795 – Falece o Balasarense Manuel Carneiro da Grã-Magriço, filho de D. Benta e antigo vereador da Câmara Municipal Poveira;

1830-1832– Redacção da última versão do tombo da Comenda de Balasar;

1832 – Aparição da Santa Cruz, no lugar do Calvário. Começam as diligências para a criação da Capela da Santa Cruz;

1836 – Balasar, que pertencia ao concelho de Barcelos, passa para o da Póvoa de Varzim;

1853 – Balasar transita para o concelho de Vila Nova de Famalicão;

1855 – Balasar regressa ao concelho da Póvoa;

1878 – Abertura do troço ferroviário entre a Póvoa de Varzim e a estação das Fontaínhas, a 7 de Agosto;

1881 – Abertura do lanço ferroviário do qual fazia parte o apeadeiro de Balasar, situado entre os lugares de Gestrins e Telo, a 12 de Junho;

1904 – A 30 de Março, nasce em Gresufes a Beata Alexandrina;

1906 – Reconstrói-se, pela primeira vez em pedra, a ponte de D. Benta;

1907 – É demolida a Igreja do Matinho e começam as obras da nova Igreja Paroquial;

1909 – No final do ano, abre ao culto a nova Igreja Paroquial ainda por concluir;

1911 – Iniciam-se as obras de ampliação do Cemitério;

1915 – É concluído o novo Cemitério Paroquial;

1925 – A Beata Alexandrina acama definitivamente;

1929 – Criação da Feira das Fontaínhas;

1932 – Ataque aos protestantes;

1937 – Ampliação da escola para proporcionar uma sala para cada sexo;

1950 – Chega a energia elétrica a Balasar;

1951 – Inauguração da escola primária das Fontaínhas.

1955 – A Beata Alexandrina morre a 13 de Outubro. Ergue-se o cruzeiro da freguesia.

1968-1973 – Processo Informativo Diocesano da Beata Alexandrina. Esta diligência era um passo moroso e dispendioso, mas fundamental para se

chegar à Beatificação;

1977 – Ampliação da Igreja, com remoção da talha; colocação dos vitrais;

1978 – Trasladação dos restos mortais da Beata Alexandrina para o túmulo da Igreja Paroquial;

1994 – É inaugurada a sede da Junta de Freguesia a 21 de Dezembro;

2004 – Beatificação da Alexandrina;

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